O Dia em que o mundo se voltou para Nova York: Como as câmeras capturaram a tragédia do 11 de Setembro

 O 11 de setembro é uma data que, mais do que qualquer outra, foi moldada e eternizada pela imagem. Os registros audiovisuais não apenas documentaram os ataques, mas também se tornaram parte integrante da nossa memória coletiva. Eles nos permitem revisitar a tragédia e relembrar onde estávamos no exato momento dessa tragédia.

Arquivo: Kelly Guenther/The New York Times/Redux

O Mundo Pára para Assistir

Quando os aviões atingiram as Torres Gêmeas, as câmeras de TV já estavam ligadas. A transmissão ao vivo capturou o segundo impacto, e milhões de pessoas em todo o mundo viram o impossível acontecer em tempo real. A imagem das Torres em chamas e a fumaça preta subindo no céu de Nova York se tornaram icônicas.

A Trilogia de Registros

Podemos dividir os registros do 11 de setembro em três grandes grupos:


Arquivo: cnn.com
  1. A Transmissão ao Vivo: As redes de notícias CNN, Fox News e outras transmitiram os eventos sem interrupção. Esses registros, embora frequentemente de baixa qualidade e tremidos, carregam um peso histórico imenso. A emoção dos âncoras e a incredulidade nas suas vozes são palpáveis.
  2. Registros de Amadores: Talvez os mais poderosos sejam os vídeos feitos por pessoas comuns. Câmeras de vídeo pessoais, muitas delas filmando o que parecia ser um dia normal, capturaram a reação do público e a gravidade dos ataques de perto. Esses vídeos, muitas vezes sem trilha sonora, têm uma intimidade e um realismo que a TV não conseguiu replicar.
  3. Filmes e Documentários: Ao longo dos anos, uma vasta coleção de filmes e documentários foi produzida. Filmes como “World Trade Center” (2006) e “United 93” (2006) tentaram recriar os eventos e as histórias de heróis. Já os documentários, como “9/11” dos irmãos Gédéon e Jules Naudet, trouxeram imagens inéditas e um olhar mais íntimo sobre o trabalho dos bombeiros e equipes de resgate.
Arquivo: STR New/Divulgação

Curiosidades do audiovisual

  • A “Trilogia da Fumaça”: Antes do segundo impacto, muitas pessoas filmavam a primeira torre em chamas. Depois, a fumaça preta se tornou um elemento visual constante em quase todos os vídeos. Essa “trilogia da fumaça” — o primeiro impacto, o segundo e o colapso — é um dos arcos narrativos visuais mais trágicos e documentados da história.
  • O “Vídeo de Jules Naudet”: O registro mais famoso de um amador é o do cineasta francês Jules Naudet. Ele e seu irmão Gédéon estavam filmando um documentário sobre bombeiros em Nova York quando ouviram um estrondo. Eles se aproximaram para investigar e filmaram o primeiro avião colidindo com a Torre Norte. O vídeo é um dos poucos registros que mostram o avião em voo antes do impacto.



Uma das imagens mais perturbadoras do 11 de setembro. A foto de Richard Drew mostra um homem em queda livre, perfeitamente alinhado em meio às Torres Gêmeas. A imagem é controversa, mas se tornou um símbolo da tragédia.
“The Falling Man”. Arquivo: Richard Drew/Associated Press

Uma foto icônica de três bombeiros levantando uma bandeira americana sobre os escombros do World Trade Center. É frequentemente comparada à foto do levantamento da bandeira em Iwo Jima.

Uma foto amplamente divulgada que mostra o segundo avião, o Voo 175, se aproximando para o impacto na Torre Sul. Capturada por um fotógrafo amador, ela encapsula o momento de terror antes da tragédia.

A fotografia e o vídeo têm o poder de registrar a história, e no caso do 11 de setembro, eles nos deram uma visão direta e inabalável daquele dia. Que esses registros sirvam para lembrar, para honrar as vítimas e para garantir que nunca esqueçamos.

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